As condições ambientais na criação de frangos de corte são consideradas um desafio, pois as aves apresentam sensibilidade a altas temperaturas, acarretando diminuição do seu desempenho e consequentemente redução no seu bem-estar. Assim, os produtores precisam entender como o estresse térmico afeta as aves e consequentemente evitar os impactos diretos à saúde, ao bem-estar e ao desempenho destes animais.
Segundo Michael McCreesh, veterinário e consultor da SenseHub Poultry, que interpreta a coleta de dados por meio de uma rede de software e hardware, relata que os eventos climáticos extremos como as ondas de calor, vem ocorrendo com maior frequência, fazendo com que o estresse por calor seja uma ameaça constante para os avicultores em todo o Reino Unido. Michael descreve uma situação que ocorreu por meio de um estresse por calor há dois anos, o que levou a mais de um milhão de mortes de aves em um único dia. Em termos atuais, isso representa um impacto incalculável na saúde, bem-estar e desempenho dos frangos. O consultor ainda cita que sob esse cenário, deve-se investir em tecnologia que poderá refletir em melhorias na produção de frangos, fornecendo aos produtores um sistema de alerta no qual permite que ações antecipadas sejam tomadas antes que o estresse por calor atinja um nível crítico.
O SenseHub Poultry usa uma rede de sensores em galpões de aves para monitorar continuamente as condições ambientais, como temperatura e umidade e ainda rastreia indicadores-chave de saúde e estresse das aves, como ingestão de água, ganho de peso vivo e níveis de atividade, afirma McCreesh. Quando um frango estiver passando por estresse por calor, sua ingestão de água pode aumentar de duas a quatro vezes a quantidade normal, pois ele recorre ao resfriamento evaporativo por meio de respiração ofegante excessiva. Ao mesmo tempo, o ganho de peso diminuirá e os níveis de atividade serão reduzidos, pois o frango concentra toda sua energia no sentido de se resfriar.
Segundo McCreesh, combinar os dados em tempo real, alimentados pelos sensores permite que os produtores construam uma imagem que poderá ajudar a detectar quando as aves podem começar a ser afetadas pelo aumento das temperaturas do galpão. Este ponto chave permite que ações sejam tomadas imediatamente para reduzir o impacto do estresse por calor nas aves. Em situações em que o clima estiver quente, os produtores podem tomar medidas para minimizar seu impacto, adicionando eletrólitos à água potável ou revendo os ingredientes presentes na ração, para que as aves comam mais em períodos de temperaturas mais amenas, como durante a noite ou no início da manhã.
Neste sentido, a temperatura é um fator preocupante dentro da produção avícola e medidas que minimizem tais reflexos são importantes para serem avaliados e exercidos, no sentido de buscar melhores condições de saúde, bem-estar e desempenho das aves.
Fonte: Adaptado Poultry News, 2024. Disponível em: https://www.poultrynews.co.uk/health-welfare/use-data-to-tackle-heat-stress.html