Os sistemas de produção de ovos de galinhas livres de gaiola permitem maior liberdade da ave em vários sentidos, tornando a instalação um ambiente no qual ela poderá expressar os seus comportamentos naturais.
As galinhas podem explorar o galpão de diversas maneiras, com variados movimentos, mas voar por longas distâncias não é uma de suas especialidades. As aves comerciais apenas são capazes de alçar vôos de curta distância, pois não possuem o tipo de fibra muscular e a relação adequada entre seu peso e a base das asas para serem exímias aves voadoras.
Além de não voarem muito bem, as galinhas também podem apresentar dificuldades no momento da aterrissagem, pois quando esse movimento for executado de maneira inadequada, de forma brusca, pode levar até a uma fratura do osso da quilha. Segundo o Dr. Michael J. Toscano, da Universidade de Berna (Suíça), ao palestrar no Fórum Virtual de Questões da Indústria de Ovos em abril de 2021, nos Estados Unidos, o pesquisador informou que até 80% das galinhas alojadas em instalações sem rampas podem ter fraturas da quilha com até 50 semanas de idade.
Sendo assim, verificou-se a importância da instalação de rampas, para que as galinhas pudessem acessar os níveis mais elevados do galpão sem ter necessidade de voarem com maior frequência. O Dr. Toscano relatou que a inclusão de rampas nos aviários, seja para aves de postura ou matrizes, reduziu consideravelmente as fraturas de quilha dessas aves, pois elas utilizavam apenas a força de suas pernas para se locomoverem para cima ou para baixo pelo galpão. O pesquisador ainda ressalta que além da força exigida nas pernas, as aves também precisam de desenvolvimento cognitivo para se prepararem para determinadas ações, como fazer ajustes na velocidade e força necessária para executar os movimentos de subida e descida das rampas. Ele também informou que ao descer de uma rampa, muitas aves pulam da borda dessa rampa, precisando escolher um local adequado para realizar o pouso corretamente.