O bem-estar animal tem sido um assunto central dentro do setor avícola, acompanhado de mudanças nas diretrizes para a produção de aves em todo o mundo, trazendo para o dia a dia, a inclusão de medidas que proporcionam um ambiente saudável e confortável para os animais.
As discussões em torno do bem-estar dos animais de produção são mais ativas nos países europeus, os quais podem ser considerados como a base dos movimentos de proteção animal. Na União Europeia, os atos legislativos em prol do bem-estar animal estão avançando consideravelmente e influenciando a implementação e o progresso de normas similares nos demais países. De acordo com o relatório lançado em abril de 2024, pela Business Benchmark on Farm Animal Welfare (BBFAW), as cadeias de fornecimento de ovos estão se saindo muito bem em adotar os padrões de melhorias para o bem-estar das aves. No geral, um total de 150 empresas líderes de alimentos já declararam sua importância de adotar padrões de bem-estar animal, e 95% das empresas agora reconhecem o bem-estar animal como uma questão central a ser trabalhada.
Para a compilação dos dados, o BBFAW classifica as empresas por níveis, sendo eles:
- Nível 1: Empresas reconhecidas por mostrar liderança na práticas de bem-estar;
- Nível 2: Empresas que tem o bem-estar como parte de sua estratégia de negócios;
- Nível 3: Empresas que mostram o bem-estar animal como já estabelecido, mas que precisam trabalhar mais para aprimorar tais questões;
- Nível 4: A empresa está progredindo na implementação de suas políticas e compromissos como o bem-estar animal;
- Nível 5: A empresa identificou o bem-estar dos animais de produção como uma questão comercial, mas fornece evidências limitadas de que está gerenciando o problema de forma eficaz;
- Nível 6: Empresas que não têm evidências de bem-estar animal na sua agenda de negócios.
Baseado nestes níveis, o BBFAW apresenta critérios mais rigorosos para avaliar as empresas, com um foco maior no desempenho das práticas de bem-estar animal. Nesta última edição, nenhuma das empresas foram classificadas no nível 1. Por exemplo, os produtores de alimentos da Marfrig e Cargill foram classificados anteriormente no nível 2, mas caíram para os níveis 4 e 5, respectivamente. No nível 2, no Reino Unido, aparecem os varejistas Marks & Spencer e Waitrose, juntamente com a Premiere Foods (anteriormente classificada no nível 1). Dentro do nível 3, as empresas do Reino Unido dominam, mas são acompanhadas por algumas empresas europeias. As empresas do Reino Unido ranqueadas no nível 3 são a Noble Foods (que caiu do nível 1), o varejista COOP UK, a rede de padarias Greggs. O produtor de alimentos francês Groupe Danone SA e a empresa varejista suíça Migros-Genossenschafts-Bund também estão no nível 2.
Apesar de apenas algumas empresas estarem listadas, o BBFAW revela que, na última década, houve um aumento constante nas pontuações gerais e classificação por níveis em grande parte, pois às empresas formalizaram seus sistemas de processos de gestão do bem-estar dos animais de produção e, um número crescente de empresas publicaram metas e objetivos relacionados a este tema. No que diz respeito aos ovos produzidos sem gaiolas, por exemplo, os autores do relatório observam que, em geral, há altos níveis de compromisso, com 73% das 141 empresas com ovos em suas cadeias de suprimentos, agora tendo compromissos com a produção livres de gaiolas.
As empresas estão começando a relatar o impacto no desempenho da adoção de medidas de bem-estar, mas o progresso é lento. No total, 109 empresas relataram alguns dados de impacto no desempenho de bem-estar em sua cadeia de suprimentos global, mas os relatórios são fragmentados, com dados limitados a espécies específicas, e/ou geografias específicas, e/ou produtos específicos.
Relatórios sobre a proporção de galinhas poedeiras livres de gaiolas, por exemplo, são detalhados por 67% das empresas com ovos em sua cadeia de suprimentos e continuam sendo a medida de desempenho mais relatada. O impacto no desempenho, no entanto, é menor, com apenas 28 empresas, ou 20% relatando que mais de 60% das galinhas poedeiras em suas cadeias de suprimentos globais não vivem em gaiolas.
Na última década, houve um movimento significativo no número de empresas que definiram essas metas com prazo determinado para questões específicas de bem-estar. No geral, 110 das empresas avaliadas, ou seja, 73% publicaram metas formais com prazo determinado para melhorias específicas na vida de algumas espécies, mas a maior parte do progresso está ocorrendo nos setores de aves em geral.
Portanto, este dado revela a importância do bem-estar dentro do setor avícola e quanto às práticas voltadas ao bem-estar animal vêm sendo aprimoradas, fortalecendo a valorização de melhores condições para as aves. Conte com a Iniciativa MIRA para mudar o cenário de sua empresa e os animais que estão sob sua responsabilidade.
Fonte: Adaptada de Watt Poultry, 2024, Disponível em: https://www.wattagnet.com/broilers-turkeys/broilers/article/15678222/egg-and-broiler-supply-chains-perform-well-in-bbfaw