A preocupação com a Influenza Aviária (IA) tem deixado em alerta produtores e empresas de todo o mundo. Em especial, nos Estados Unidos, embora os produtores de aves tenham fortalecido a biosseguridade das granjas por meio da adoção de medidas nas instalações, bem como avaliações e auditorias sanitárias propostas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a IA ainda está se espalhando por várias granjas no país.
Segundo Kay Russo, médica veterinária e consultora na empresa RSM (Empresa de Prestação de Consultoria em Saúde Animal) localizada no Colorado (EUA), foi possível observar um pequeno alívio na contaminação de IA nas últimas semanas em relação às perdas de aves de postura, fato que ajudou na redução dos preços dos ovos. Segundo Russo, o vírus desapareceu por enquanto, porém afirma que irá voltar em questão de dias, semanas ou até meses, pois o vírus da doença já está circulando dentro das granjas. Para Russo, a vacinação será a chave para reduzir significativamente a prevalência da doença nos Estados Unidos, além da atuação conjunta com a prevenção.
Embora a indústria tenha reduzido a incidência de disseminação lateral entre granjas avícolas usando biosseguridade, a abordagem mudou completamente quando o gado leiteiro se tornou um hospedeiro endêmico desta doença. De acordo com Russo, não são somente aves selvagens, mas agora o vírus é capaz de tornar mamíferos como seu hospedeiro. Seguindo o pensamento, Russo faz uma comparação que, caso a biosseguridade haja como as estacas de uma cerca, as vacinas serão estacas adicionais. Dessa forma, a probabilidade de manter este vírus fora do alcance das aves é maior do que qualquer uma dessas abordagens sozinhas. Além disso, a vacinação está no meio de uma guerra entre a defesa da saúde animal, saúde pública e o apoio à proteção animal. No entanto, Russo cita que as políticas relacionadas à saúde dos animais e à saúde pública devem ser mantidas separadas das políticas que ditam o comércio. São necessárias mais ferramentas que atuam de forma positiva na redução da propagação do vírus. É necessário confiar na ciência, que infelizmente se tornou uma palavra deixada de lado, sendo importante mais transparência na eficácia das medidas preventivas.
No Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária publicou a PORTARIA Nº 782, DE 26 DE MARÇO DE 2025, estabelecendo em todo o território nacional, medidas preventivas em função do risco de ingresso e de disseminação da IA. Isso significa que fica proibida a realização de exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves, além de suspender a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas. Esta suspensão terá duração de cento e oitenta dias, podendo ser prorrogada mediante avaliação da Secretaria de Defesa Agropecuária. Ainda é importante reforçar, que, até o momento, não houve contaminação de nenhum lote de aves comerciais no Brasil.
Fonte: Adaptado Watt Poultry, 2025. Disponível em: https://www.wattagnet.com/egg/news/15742057/dont-be-complacent-lull-in-hpai-on-egg-farms-wont-last
Portaria Nº 782, 26/03/2025. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/pnsa/PORTARIAMAPAN782DE26DEMARODE2025Asuspenodeexposies.Torneiosfeirasedemaiseventoscomaglomeraesdeaves.Ficasuspensoacriaodeavesaoarlivrecomacessoapiquetessemtelasnapartesuperi.pdf