O uso da genética para melhorar a saúde esquelética de galinhas poedeiras

Uma das preocupações dentro da produção avícola em relação a saúde e bem-estar das aves é com relação à saúde esquelética das galinhas poedeiras. Segundo Ian Dunn, professor na Universidade de Edimburgo e integrante no Instituto Roslin, faz-se necessária uma abordagem multifacetada que combine genética, nutrição, práticas de criação e design de alojamento. A Iniciativa MIRA ainda inclui que todos esses itens devem ser voltados à melhoria da vida destas aves.

Segundo Dunn, a questão da qualidade óssea em galinhas poedeiras, pela perspectiva genética, é baseada na transição das aves das gaiolas para ambientes sem gaiolas, ação que aumentou os danos ao osso da quilha, porém  melhorou consideravelmente a saúde geral do esqueleto, além de melhorias para o bem-estar das aves. Ele completa que é possível adotar uma série de abordagens, dizendo que o ambiente construído pode ser adaptado para reduzir os danos causados durante o processo de transição e que a própria ave pode ser criada para ter um esqueleto mais forte e há características comportamentais que podem ser potencialmente selecionadas, além também, da otimização da nutrição. A Iniciativa MIRA ressalta que é de grande importância que a ave seja criada livre de gaiolas desde o início de sua vida, pois quanto mais habituada ao seu ambiente, mais fortalecidos estarão seus músculos e ossos, além de conhecer melhor como se locomover por este novo tipo de ambiente.

A saúde óssea das poedeiras é uma preocupação antiga, mas os danos ao osso da quilha ganharam destaque recentemente.

A pesquisa genética revelou um papel importante da cistationina-β-sintase no metabolismo ósseo. A manipulação dessa via, por meio da suplementação de betaína na dieta, mostrou resultados promissores na redução da homocisteína e no aumento da densidade óssea.

Dunn apresentou uma perspectiva genética sobre a melhoria da qualidade óssea, reforçando que a seleção genética direta pode funcionar. Esforços estão sendo feitos para automatizar aspectos do processo, e espera-se que os criadores de aves abracem a oportunidade de reduzir danos ósseos com este método ou outros ainda melhores. Este será um passo fundamental para melhorar a sustentabilidade futura da indústria.

A genética pode auxiliar na redução de problemas ósseos, mas não é a única solução, pois criação, comportamento, liberdade de escolha, sistemas livres de gaiolas, nutrição e design de alojamento são importantes como um todo. Uma abordagem abrangente será necessária para otimizar o bem-estar destas aves a atender a demandas de consumidores e os varejistas em relação a uma vida de qualidade fornecidas às galinhas poedeiras.

Fonte: Adaptado Poultry World, 2025. Disponível em: https://www.poultryworld.net/poultry/layers/improving-the-skeletal-health-of-laying-hens-through-genetics/

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