Segundo os Indicadores de Estatística da Produção Pecuária, divulgados pelo IBGE neste mês, identificou-se em Santa Catarina um
aumento de 6,8% na quantidade de ovos de galinhas produzidos no primeiro semestre de 2021 em comparação com o mesmo período do ano passado: nos três primeiros meses desde ano, produziu-se 47 251mil dúzias de ovos, enquanto em 2020 foi de 44 253 mil dúzias. Também foi possível identificar um aumento de 3,7% no efetivo de galinhas: passou de 8 881 mil aves no primeiro trimestre de 2020 para 9 209 mil aves no primeiro trimestre deste ano.
Este aumento não proporcional da produção de ovos com o aumento do número de aves pode indicar que as aves estão produzindo cada vez mais ovos por ciclo produtivo, o que é muito positivo, uma vez que animais mais eficientes tornam o sistema cada vez mais rentável. Contudo, a produção mais intensa também significa maior exigência por parte das aves, principalmente em relação à ambiência e manejo. A partir disso, surge o questionamento: a crescente intensificação nos sistemas de produção de ovos está atendendo as necessidades destas aves cada vez mais exigentes?
Pouco são os dados referentes ao modo dos sistemas de produção empregados em Santa Catarina, realidade que a iniciativa MIRA busca alterar. Contudo, sabemos que a produção de ovos de aves livres de gaiolas (cage free) e com acesso à área externa (free range) são sistemas de produção avícola não convencionais menos intensivos que proporcionam maiores níveis de bem-estar aos animais, principalmente a partir da alteração de técnicas de manejo e ambiência. Dessa forma, a crescente busca por aumento da produtividade deveria refletir também na maior busca pela vigência de sistemas que proporcionem um ambiente produtivo cada vez mais sustentável e que atenda as necessidades fisiológicas, comportamentais e sociais das aves, prezando não apenas produzir em quantidade, mas sim em qualidade.
Por: Aluna de Iniciação Científica Alice Pagot Marodin
