Devido Influenza Aviária, produtores de ovos de galinhas livres de gaiolas do Reino Unido enfrentam mudanças nos rótulos das embalagens
A influenza aviária altamente patogênica (IAAP) ligada ao sorotipo do vírus H5N1 continua a infligir perdas substanciais de aves e meios de subsistência em toda a Europa.
No Reino Unido, a indústria avícola está passando por uma segunda temporada de surtos. Isso levou o governo do Reino Unido a começar a introduzir uma ordem para o alojamento obrigatório de aves comerciais em estágios geográficos desde 12 de outubro do ano passado. Isso cobriu toda a Inglaterra a partir de 7 de novembro. No dia 28 de novembro, o pedido foi feito para a Irlanda do Norte e em 2 de dezembro para o País de Gales.
Durante este período, os ovos produzidos por aves que anteriormente tinham acesso a área externa podem continuar a ser comercializados com a denominação, ainda que as aves sejam mantidas somente no interior das instalações. As embalagens e rótulos podem manter a descrição de “caipira” nesse período. A associação da indústria, o British Egg Industry Council (BEIC), relata que não há perspectiva de um fim iminente da ordem de alojamento compulsório, pois o IAAP continua a infectar aves domésticas e outras aves em todo o país.
Como resultado, novos procedimentos foram anunciados para a transição da marcação e rotulagem de ovos anteriormente designados como “caipiras”. Estes se aplicam a agricultores cujos lotes estão registrados sob o sistema free-range com contratos com embaladores de ovos registrados no BEIC.
Já em 25 de janeiro, uma ordem temporária ao Código de Prática do Lion entrou em vigor. Isso remove a exigência de que cada casca de ovo seja marcada na fazenda com um Número de Estabelecimento do Produtor (PEN). Em vez disso, esse código será aplicado no centro de empacotamento – com a designação “free-range” pelos próximos dias.
A partir de 1º de fevereiro, as impressoras dos centros de empacotamento deverão ser reprogramadas para imprimir o termo “Barn PEN” ou algo como “Galpão/Aviário” na casca do ovo. Todos os ovos (pacotes) provenientes de aves criadas ao ar livre na mesma data serão rotulados como “Ovos de aviários”.
Declínio de dois dígitos na produção de ovos no Reino Unido
Durante o último trimestre de 2022, 204 milhões de dúzias de ovos (2.448 bilhões de ovos) passaram pela estação de embalagem no Reino Unido, 12% a menos do que no mesmo período do ano anterior, de acordo com as últimas estatísticas publicadas pelo Departamento de Agricultura do Governo do Reino Unido. Em todos os quatro trimestres de 2022, a produção foi menor do que no período correspondente de 2021. No ano como um todo, a produção total caiu 7,8% para 869 milhões de dúzias de ovos. Essas estatísticas oficiais cobrem cerca de 90% de todos os ovos produzidos no Reino Unido.
Desde que as gaiolas convencionais foram banidas, os produtores de ovos do Reino Unido geralmente preferem os sistemas de produção ao ar livre em vez de galpões/aviários ou gaiolas enriquecidas. Em 2022, 60% dos ovos do país foram designados como “caipiras”. Quase 30% vieram de gaiolas enriquecidas, 6,6% de aviários e 4% de fazendas orgânicas certificadas. Além da menor produção total em comparação com o ano anterior, houve também algumas diferenças marcantes em cada um destes sistemas, totalizando 59% caipiras, 35% gaiolas enriquecidas, 1,8% aviários e 3,8% orgânicos. As restrições referentes à gripe aviária podem explicar essas mudanças, pelo menos até certo ponto.
Preços em alta
O preço médio de uma dúzia de ovos no produtor foi 11% maior em 2022 do que no ano anterior. Por razões de confidencialidade, os preços são publicados apenas para as categorias de gaiolas enriquecidas e caipiras neste relatório e representam aumentos anuais de 8,2% e 12,5%, respectivamente. Embora os produtores recebam bem qualquer aumento no preço ao produtor, é incerto se esses aumentos cobrirão o aumento dos custos de produção de ovos no Reino Unido no ano passado.
A gripe aviária e as aves no Reino Unido
Houve um total de 166 surtos de gripe aviária em aves no Reino Unido desde o início da temporada 2022-2023. Incluindo aves comerciais, de quintais e aves em cativeiro, o total compreende 144 surtos na Inglaterra, 18 na Escócia, três no País de Gales e um na Irlanda do Norte. Desde outubro de 2021, 279 surtos foram registrados na Inglaterra. No Reino Unido, 11 locais foram atingidos pela doença até agora em 2023.
Fonte:
Adaptado de Jackie Linden (WATT Poultry.com)
