Influência da agricultura de precisão e inteligência artificial sobre o bem-estar animal na avicultura de postura

Atualmente, a avicultura de postura tem apresentado várias transformações, como a adoção de tecnologias em relação a agricultura de precisão e inteligência artificial (IA). Ambas têm grande potencial de melhorar o grau de bem-estar das aves, mas na prática, tal objetivo dependerá de uma série de fatores.

Segundo Marian Dawkins, pesquisadora na Universidade de Oxford/Inglaterra, a tecnologia deve ser capaz de melhorar a vida das aves, sendo que, três condições devem ser atendidas:

  • Tanto os consumidores quanto a indústria devem estar convencidos de que medidas automatizadas de bem-estar animal devem estar alinhadas com o que se entende por um “bom bem-estar”.
  • Há evidências científicas de que a tecnologia realmente melhora o bem-estar animal quando implantada em fazendas comerciais.
  • Há benefícios financeiros, ambientais e outros demonstráveis, bem como o bem-estar animal, que são fundamentais para a indústria.

Dawkins relata que a tecnologia tem o potencial de otimizar as condições de vida das aves, diminuir custos de mão de obra, detectar e tratar doenças em um estágio inicial, minimizar o desperdício e elevar a renda dos produtores. Além disso, quando implementada corretamente, a tecnologia pode levar a melhorias no bem-estar animal, resultando em aves vivendo em ambientes mais saudáveis ​​e novas oportunidades de expressar comportamentos que são importantes para sua vida.

Dawkins indica que a agricultura de precisão pode proporcionar os mesmos objetivos de bem-estar que as cinco liberdades/cinco domínios, mas é necessário fazê-la de forma mais eficiente, de forma objetiva e respeitando a biosseguridade. Assim, métodos automatizados já estão disponíveis para detectar sinais de doenças ou ferimentos, usando uma variedade de sensores, incluindo imagens visuais e térmicas e dados de som e/ou de movimento. A saúde das aves de forma individual, pode ser monitorada colocando etiquetas, rastreadores ou dispositivos de medição que produzem imagens reconhecidas por dispositivos eletrônicos de captação. A tecnologia de imagem digital também pode ser usada para analisar diferentes posturas que indiquem aves doentes ou feridas.

O bem-estar das aves ainda poderia ser melhorado com tecnologia que permitisse aos produtores identificar aves feridas e tratá-las individualmente ou ser alertados sobre áreas específicas do aviário onde problemas potenciais, como amontoamento estão começando. Os grupos seriam tratados não como um bloco unificado, mas como muitos indivíduos, vivenciando diferentes condições e tendo diferentes resultados de bem-estar.

A capacidade de fornecer informações sobre o grau de bem-estar atual das aves ou prever problemas, fornece aos colaboradores alertas antecipados sobre potenciais problemas, e dessa maneira, buscar soluções rápidas e eficientes. Para Dawkins, atualmente há um problema em torno da confidencialidade dos dados, com produtores potencialmente relutantes em compartilhar as informações de suas granjas com outras empresas. Outro problema é a qualidade dos dados e os métodos usados ​​para a análise.

O uso da tecnologia é benéfico para os seres humanos e os animais, entretanto, ainda se faz necessário o olhar do colaborador para que as aves sejam ainda mais bem cuidadas e para que  as correções eficientes sejam realizadas com antecedência, evitando o sofrimento desnecessários das aves e perdas econômicas ao produtor. Assim a escolha do método tecnológico deve levar em consideração a qualidade de vida das aves, de forma que se sintam saudáveis e confortáveis, prevalecendo as condições de saúde e bem-estar animal.  

Fonte: Adaptado Poultry World, 2025. Disponível em: https://www.poultryworld.net/the-industrymarkets/market-trends-analysis-the-industrymarkets-2/welfare-smart-farming-and-artificial-intelligence-in-poultry/

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