Estratégias utilizadas para reduzir o risco de contaminação por Salmonella

Para a manutenção da saúde e bem-estar das aves, é necessário que o manejo adotado, especialmente nos seus primeiros dias de vida, seja adequado e eficiente. Para tal, falaremos sobre a Salmonella.

A transmissão de Salmonella em aves pode ocorrer por duas vias, a vertical ou horizontal. A via de transmissão vertical ocorre quando há a contaminação do ovo no trato reprodutivo ou através do contato do ovo com as fezes ao passar pela cloaca. Já a via de transmissão horizontal pode ocorrer pelo contato do ovo com fezes ou ambientes contaminados pela bactéria. Neste caso, os roedores são considerados os principais vetores em granjas avícolas ou  pelo consumo da ave de rações com ingredientes de origem animal contaminados por Salmonella.

No entanto, é importante para manter a saúde das aves, estabelecer e aplicar protocolos de prevenção, monitoramento e realizar a biosseguridade das granjas, o que pode ajudar a reduzir a colonização em aves e evitar que o lote contaminado chegue ao ambiente de processamento.  Efetuar uma mensuração da carga microbiana no início e no fim de cada ciclo dos frangos também é importante, pois a carga de patógenos em uma granja pode mudar continuamente. Desta forma, como os patógenos persistentes podem desafiar o próximo lote, é importante avaliar a carga microbiana antes de iniciar um novo ciclo de produção. As amostras geralmente são coletadas regularmente dentro dos aviários ou em equipamentos de alimentação e água. Os resultados obtidos permitem a identificação de possíveis fontes de infecção e a adoção de medidas preventivas adequadas para combater as bactérias.

Contagens crescentes de Enterobacteria é considerado um sinal de alerta de que os esforços de higiene devem ser intensificados. Ao introduzir um novo lote no aviário, não ignore os problemas que ocorreram anteriormente. A conscientização sobre práticas de produção anteriores podem ajudar os produtores a ficarem alertas sobre potenciais problemas com bactérias resistentes. Por exemplo, a Salmonella infantis está emergindo um sorovar preocupante e tem sido intimamente ligada à produção de frangos de corte.

É necessário implementar processos de higienização para os colaboradores, equipamentos e a desinfecção geral da granja avícola, principalmente na troca dos lotes. Os protocolos de higiene para os trabalhadores devem incluir lavagem de botas, lavagem das mãos e uso de uma ante-sala para trocar de roupa e calçados antes de entrar no aviário. Ainda, medidas de controle de outros animais  como roedores podem minimizar a carga de microrganismos.

É importante ressaltar que microrganismos como a Salmonella podem crescer em praticamente qualquer superfície da granja. Assim, parafusos, drenos, cortinas e ventiladores devem ser limpos regularmente, junto com paredes do aviários, pisos, bebedouros e comedouros. Pode ser útil pensar no aviário como um ecossistema de três áreas, e assim dividi-lo em três zonas, sendo elas: o interior da granja, espaços para trocas dos colaboradores e as áreas de acesso, o que pode ajudar na organização das medidas de biosseguridade. Em todas as três zonas, os riscos de proliferação de patógenos são abundantes. A seguir estão alguns “pontos críticos” dos quais se deve estar ciente ao planejar uma estratégia de controle de Salmonella.

  • Animais externos: Pintinhos de um dia infectados com Salmonella e que chegam à granja podem apresentar um risco significativo de infecção para o lote atual. Fezes de animais selvagens também podem representar um risco para os frangos. 
  • Veículos e visitantes: Veículos e visitantes também podem aumentar o risco de Salmonella. Por exemplo, as contagens de Salmonella podem aumentar quando a área onde ficam os aviários, apresentam uma acessibilidade de caminhões.
  • Infraestrutura do local: Pisos, paredes, rachaduras, saídas de ar, comedouros, bebedouros e acessórios no piso podem abrigar Salmonella. Antecâmaras e outras barreiras de higiene podem atuar como uma importante barreira entre o ambiente externo e o interior dos galpões. No entanto, antecâmaras compartilhadas também podem facilitar a disseminação de contaminantes, como por exemplo, as trocas de calçados e os banhos não sejam realizados ​​corretamente ou os contaminantes sejam disseminados via poeira.
  • Práticas de gestão: As práticas que comprovadamente diminuem a pressão de infecção por Salmonella nos aviários, incluem: a aplicação do princípio “todos dentro/todos fora”, ter uma área de lavagem das mãos para os trabalhadores e visitantes e esperar pelo menos seis semanas antes de introduzir o próximo lote de frangos de corte no galpão.  

No geral, o aviário não é o único setor na cadeia de produção onde problemas de Salmonella podem ocorrer. A contaminação pode começar no incubatório, ração contaminada, na planta de processamento ou durante o transporte dos animais. Uma estratégia que possa medir e monitorar continuamente a carga de patógenos, bem como incorporar princípios básicos de biossegurança podem ajudar a proteger os frangos de corte e contribuir para a segurança alimentar da população.

Fonte: Adaptado Watt Poultry, 2024. Disponível em: https://www.wattagnet.com/broilers-turkeys/diseases-health/article/15676934/farmlevel-strategies-to-reduce-salmonella-risk

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