Desafios para a comercialização de ovos produzidos em sistemas livres de gaiolas por pequenos produtores

A produção de ovos provenientes de galinha livres de gaiolas vem ganhando espaço na avicultura brasileira. Nos supermercados já é possível encontrar uma boa variedade desse tipo de ovo, no entanto, a grande maioria é oriunda dos grandes produtores e empresas que já produziam ovos convencionais provenientes de criação em gaiolas. 

O pequeno produtor encontra muitas dificuldades de estabelecer um sistema de produção economicamente estável e principalmente regulamentado, uma vez que, a comercialização desses ovos depende do atendimento às normativas vigentes. 

Provavelmente, a regulamentação é o maior desafio enfrentado pelos pequenos produtores, principalmente em função de falta de acesso às informações, dificuldade e falta de recursos para o atendimento das normas vigentes, além de carência de capacitações técnicas. Dessa forma, muitas vezes o produto oriundo desses pequenos produtores é comercializado de forma irregular. 

Atualmente, os três selos de inspeção para alimentos de origem animal são o SIM, SIE e SIF, de abrangência Municipal, Estadual e Federal respectivamente. O mais usado pelos pequenos produtores é o SIE, que permite que os ovos sejam inspecionados e fiscalizados, permitindo que sejam comercializados de forma regular.Entretanto, o acesso e atendimento a essas exigências, muitas vezes é distante da realidade dos pequenos produtores. Assim, algumas ações podem ser realizadas para favorecer a regulamentação dos ovos para a comercialização. 

No Rio Grande do Sul, um projeto de extensão da Universidade Federal de Santa Maria foi desenvolvido para apoiar agricultores produtores de ovos coloniais. Além da qualificação para que os produtores se adequem às exigências da criação de aves coloniais, o projeto conta com três entrepostos de ovos, que são unidades de inspeção, assegurando que os ovos produzidos possam ser comercializados de forma regulamentada.

Já em São Paulo, a Korin, que é uma empresa ligada à Igreja Messiânica, criou uma espécie de sistema de integração entre os produtores da região ofertando capacitação, assistência técnica, mão de obra, animais e até mesmo ração para desenvolver a produção de ovos de galinhas livres, além de arcar com a inspeção e fiscalização dos ovos produzidos pelos pequenos produtores. Atualmente, a Korin já produz noventa mil ovos por dia que são selecionados e vendidos nos supermercados do Estado. Dessa forma, a Korin permite a inclusão dos pequenos produtores ou de produtores regionais, permitindo que os produtores tenham espaço nas prateleiras dos supermercados. 

Por: Aluno de Iniciação Científica : Luana Dornelas

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