Criar pintainhos machos para produção de carne é opção para evitar seu abate na indústria de postura

Temos mais uma boa notícia que aborda o assunto referente ao abate de pintainhos na indústria de postura: a empresa holandesa de ovos Kipster Farms planeja eliminar o abate de pintainhos machos em sua propriedade de poedeiras nos Estados Unidos. A solução observada pela empresa foi destinar os machos para a produção de carne.

Segundo Sandra Vijn, diretora agrícola da Kipster nos Estados Unidos, esta decisão foi tomada para criar os machos e proporcionar a eles uma vida adequada até que seja possível fazer o abate e torná-los uma fonte de alimentos aos consumidores de carne de frango. Sandra ainda ressalta que, como os recursos de nosso planeta são limitados e não há muito espaço para expandir a produção de ração, a empresa decidiu por criar os galos.

Atualmente, o sexo de um pintainho na maioria dos países só é identificado após a eclosão, e quando os machos nascem, em geral não tem utilidade para a indústria de ovos. Essas aves ainda são consideradas muito magras para serem direcionadas a produção de carne, embora algumas pesquisas sugerem que com dietas específicas, os pintainhos machos de poedeiras poderão atingir um peso de abate aceitável para a produção de carne.

Aproximadamente entre 6 e 7 bilhões de pintainhos machos são abatidos a cada ano, uma preocupação tanto de bem-estar animal quanto econômica. Os  produtores dos Estados Unidos, por exemplo, gastam mais de US $70 milhões em ações para incubar e sexar, além do valor dos ovos desperdiçados ser superior a US$ 440 milhões anualmente.

A Kipster abrirá sua primeira fazenda de poedeiras nos EUA e centro de visitantes em Indiana em janeiro de 2023 e nesta mesma data já planeja disponibilizar a carne dessas aves, mas a venda desse produto já é efetuado na Europa.

O movimento para acabar com o abate de pintainhos nas granjas de poedeiras da Kipster recebeu apoio de organizações de direitos dos animais como a ASPCA (American Society for the Prevention of Cruelty to Animais) e Compassion in World Farming.

Nancy Roulston, diretora sênior de política corporativa e Ciência Animal da ASPCA relatou que a abordagem focada no bem-estar animal fomentada pela Kipster Farms mostra que o sofrimento dos animais é evitável quando as empresas associam a sensibilidade com os animais e a inovação.

A Dr.ª Hillary Dalton, gerente sênior de pesquisa da Compassion in World Farming também deu seu relato sobre a iniciativa da Kipster Farms, dizendo que quase todos os pintainhos machos nos Estados Unidos são colocados em um macerador imediatamente após a eclosão, onde são triturados e mortos, sendo considerado um sofrimento desnecessário e um desperdício de recursos aplicados no processo de incubação. 

A mensagem é de que os machos provenientes do sistema de produção de ovos merecem ter a oportunidade de viver uma vida plena e enriquecida.

Foto: Kipster Farms

Fonte:

Por Elizabeth Doughman. Disponível em: https://www.wattagnet.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe: