Comparação entre países com relação ao enriquecimento ambiental para  frangos

O bem-estar animal tem sido cada vez mais discutido na esfera das relações internacionais, tornando-se um dos parâmetros de acesso efetivo de produtos de origem animal a mercados cada vez mais exigentes.

Assim, medidas de bem-estar tem se disseminado por todo o mundo, como forma de fornecer aos frangos de corte melhores condições de vida. Tais diretrizes têm sido adotadas de diferentes formas, de acordo com cada país.  Kieron Daniels, Gerente de serviços técnicos de frangos de corte da empresa Aviagen e prestador de assistência técnica a oito países no norte da Europa, descreve as diferenças mais marcantes entre países. Na Finlândia, por exemplo, existe uma grande quantidade de aviários, porém são menores e gerenciados por pequenas famílias, enquanto na Estônia, as aves são mantidas em grandes galpões avícolas e o bem-estar não é um problema tão grande para o país. Seguindo as comparações, em relação à ambiência, Daniels cita que uma das maiores diferenças entre as granjas de frangos de corte situadas no Reino Unido e na Escandinávia são os níveis de sazonalidade encontrados especialmente no Reino Unido, onde as temperaturas são consideravelmente mais baixas.

Com relação ao enriquecimento ambiental, Daniels considera que o aumento dos tipos de enriquecimentos utilizados para frangos de corte no Reino Unido, no qual inclui fardos de palha, poleiros e objetos para as aves bicarem, pode parecem ser tão eficazes quando comparados aos encontrados na Noruega, onde as plataformas são muito mais comuns e há uma tendência para permitir com que as aves tomem banhos de areia em locais totalmente separados da cama. Daniels completa que o Reino Unido poderia fazer muito mais com relação ao enriquecimento ambiental fornecido às aves, e conclui que é muito interessante observar o comportamento natural das aves quando estas executam o banho de areia, citando que as aves ficam muito felizes e adoram realizar tal comportamento.

Sobre a iluminação, Daniels acredita que a luz natural, especialmente em dias  ensolarados, leva as aves a se reunirem nestas áreas, mas sem incidência solar direta das aves. Quando a luz do sol incide diretamente, pode gerar efeitos colaterais como por exemplo sobre as linhas de bebedouros. Ele acrescenta que as aves tentam evitar a incidência direta de raios solares, fazendo com que não haja distribuição uniforme destas no galpão,  podendo levar a altas densidades em determinados pontos do aviário e consequente estresse térmico.

Daniels também acredita que o uso de poleiros no Reino Unido pode causar efeito negativo, fazendo com que essas estruturas sejam consideradas barreiras na passagem das aves pelos aviários. Tal fato pode fazer com que as aves fiquem mais estressadas, enquanto na Escandinávia o sistema de plataforma permite que as aves andem por baixo e evitem barreiras.

A principal pergunta que fica é, será que o Reino Unido não está à frente em relação à adoção de enriquecimento ambiental para o bem-estar dos frangos de corte? Daniels acredita que sim, citando o interesse e o financiamento da Open Philanthropy na promoção dos mais elevados padrões de bem-estar das aves no norte da Europa e o seu entusiasmo pelo European Chicken Commitment. Quase 300 milhões de dólares foram gastos pela Open Philanthropy em questões de bem-estar de animais desde sua criação em 2016, sendo mais de um terço fornecido ao setor avícola. Ele considera que faltam dados científicos de garantia para a utilização de alguns enriquecimentos e que o uso destas ferramentas tem alto potencial de proporcionar alto grau de  bem-estar a estas aves.

Fonte: Adaptado da Poultry World, 2024. Disponível em: https://www.poultryworld.net/poultry/broilers/learnings-in-welfare-from-scandinavian-broiler-farmers/

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