Como minimizar perdas durante o processamento da carne de frango

O processamento da carne de frango demanda de etapas desde o manejo pré-abate até o abate das aves. Assim, nestas etapas, os procedimentos realizados podem impactar substancialmente no bem-estar das aves e na qualidade final da carne. Contudo, a identificação destas perdas ocorridas durante as operações pré-abate torna-se um ponto crucial na otimização dos processos de produção.

Desta forma, há uma série de medidas que podem ser tomadas para minimizar os efeitos negativos, tanto antes do abate quanto durante o processamento da carne de frangos.

Durante o manejo realizado ainda na granja até o carregamento das aves, é importante a formação de pequenos grupos de aves dentro do galpão, e assim, a equipe de apanha deve andar lentamente, para que as aves não fiquem estressadas. Isso ajudará a manter um mínimo de arranhões e aglomeramento entre as aves, juntamente com uma redução no intenso bater de suas asas que podem levar a sangramentos e hematomas no peito e nas asas das aves. Um estudo realizado com frangos de corte, demonstrou que a equipe de apanha que andam lentamente pelo galpão, com os braços esticados para baixo, reduzem o bater de asas dos frangos de corte entre 70% e 90%.

Quando as aves são levantadas do chão, elas podem ser apanhadas usando um dos dois métodos, tanto o de apanha pelas pernas, como pelo dorso. Os colaboradores que optam por apanhar as aves pelas pernas, devem evitar aplicar muita pressão, pois isso pode resultar em hematomas nas aves. Os colaboradores que realizam o procedimento de apanha segurando as aves pelo dorso, devem também ter o cuidado de não aplicar muita pressão, pois isso pode resultar em dificuldades respiratórias e, consequentemente, a morte das aves.

Quando as aves são colocadas nas caixas de transporte, é importante tomar cuidado para evitar agressões entre as aves que já estão dentro das caixas. A movimentação de caixas de transporte quando muito cheias ou muito vazias requer um cuidado para garantir que estas aves não sofram pancadas nas asas e no peito, resultando em hematomas. Durante a apanha e a colocação das aves nas caixas de transporte, ventiladores internos e externos devem estar mantidos funcionando a fim de dissipar o calor evaporativo. Em caso de atraso para o carregamento, as caixas de transporte já com aves devem ser mantidas dentro do galpão, sendo necessário colocá-las preferencialmente onde haja uma circulação máxima de ar.

Ao carregar os caminhões, dependendo das condições climáticas, pode ser necessário erguer um toldo para evitar a incidência solar direta sobre as aves. Também, molhar sem excessos as aves, ajudará a mantê-las com baixa temperatura ao sair da granja. O caminhão deve ser equipado com ventiladores atrás da cabine, que direcionarão o ar sobre as caixas de transporte, enquanto o veículo estiver em movimento. Paradas durante a viagem para a planta de processamento devem ser evitadas, pois podem resultar em acúmulo de calor.

Os motoristas dos caminhões devem ter cuidado ao fazer curvas, reduzindo a velocidade para evitar que as forças centrífugas empurrem as aves contra as laterais das caixas e também ao passar por lombadas, para que as aves não batam no piso e nas tampas das caixas. Neste sentido, as aves devem ser movidas lentamente e por curtas distâncias.

Uma vez que os caminhões carregados chegam até a planta de processamento, estes devem  ser estacionados em galpões de espera onde a temperatura deve ser de 22-260 C e a umidade relativa de aproximadamente 65%.

A equipe responsável pela pendura deve separar as aves que chegaram mortas ou com problemas de saúde, realizando o abate humanitário emergencial. Em climas quentes, não mais do que 0,05% das aves recebidas para processamento devem estar mortas na chegada.

Cuidados como estes são de grande importância para garantir o bem-estar das aves e a qualidade do produto final.Fonte: Adaptada Watt Poultry, 2024. Disponível em: https://www.wattagnet.com/broilers-turkeys/processing slaughter/article/15677438/key-areas-to-minimize-rejects-in-poultry-processing

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