O período de incubação é considerado um fator crítico, pois impacta diretamente no desenvolvimento das aves nas fases subsequentes. Assim, pesquisadores da Universidade de Nebraska – Lincoln, localizada nos Estados Unidos, estão a um passo de retardar a disseminação de Enterococcus faecalis em incubadoras de aves com a descoberta de um potencial fator de virulência.
A bactéria Enterococcus faecalis pertence ao grupo das gram-positivas que faz parte da microbiota normal do trato gastrointestinal de aves, bem como de outros animais também. É considerada tipicamente uma das primeiras espécies a colonizar os intestinos de pintinhos após a eclosão. Embora apresenta caráter endêmico em aves, esta bactéria gram-positiva pode causar doenças se o sistema imunológico do frango estiver enfraquecido. Também é considerada responsável pela redução de taxas de eclodibilidade, por estar presente em embriões mortos e ovos inférteis.
Segundo Don Reynolds, professor na Universidade de Nebraska – Lincoln, a bactéria Enterococcus faecalis, geralmente é adquirida em ambiente de incubação porque eles usam incubadoras que são favoráveis para incubar ovos, mas também bactérias. Reynolds ainda completa que um dos maiores desafios no tratamento desta bactéria é sua resistência a antimicrobianos.
Assim o estudo deu início no qual os pesquisadores usaram uma nova ferramenta de espectrometria de massa chamada “Espectroscopia de Massa de Dessorção/Ionização a Laser Assistida por Matriz (MALDI-TOF MS) para tentar identificar isolados de Enterococcus faecalis virulentos e não virulentos. O objetivo geral com o uso desta nova tecnologia era determinar biomarcadores que distinguem entre microrganismos pertencentes ao grupo dos Enterococcus bons e maus, disse Reynolds.
A espectroscopia de massa converte amostras, neste caso Enterococcus faecalis em íons, e então separa estes íons com base em sua massa por carga, usando campos elétricos e magnéticos. Uma vez que a tecnologia é ensinada, a diferença entre cepas virulentas e menos virulentas, pode ser identificada e assim, prever o grau de infecção em amostras não identificadas.
De acordo com Reynolds e sua equipe, as descobertas por meio do uso da espectroscopia de massas, puderam distinguir as cepas altamente virulentas das cepas muito baixas ou avirulentas e puderam fazer isso com um alto nível de confiança porém o problema surgiu quando as cepas eram intermediárias. Ainda completa que, a abordagem também confirmou a presença de um fator de virulência chamado citolisina, que pode introduzir hemólise, ou seja, onde os glóbulos vermelhos se decompõem e liberam seu conteúdo no fluido circundante.
Assim, é importante salientar que a saúde dos pintinhos ainda no incubatório tem alta relação com o bom crescimento e desenvolvimento da ave e seu bem-estar geral, sendo necessários estudos deste tipo para minimizar problemas que possam vir a ocorrer quando estas aves se encontram na granja, comprometendo mais tardiamente sua saúde e seu bem-estar.
Fonte: Adaptado Watt Poultry, 2024. Disponível em: https://www.wattagnet.com/broilers-turkeys/diseases-health/news/15708973/enterococcus-faecalis-finding-could-improve-hatchability
