Bronquite Infecciosa Aviária

A bronquite infecciosa aviária é uma doença aguda que afeta as aves de produção, com uma morbidade próxima a 100%. Além de ser uma doença que causa a mortalidade dos frangos de corte, também causa perdas econômicas significativas na avicultura industrial. 

Um vírus de RNA de cadeia única, dentro do grupo dos Gammacoronavirus (anteriormente conhecidos como coronavírus aviários) é o responsável por causar a bronquite infecciosa aviária. Dentre os Gammacoronavirus, além do vírus da bronquite infecciosa aviária, também encontramos espécies de coronavírus semelhantes que afetam faisões e perus, que formam o subgênero dos Igacovirus.

A bronquite infecciosa aviária tem ampla distribuição em escala global, embora algumas cepas sejam mais prevalentes em regiões específicas. 

O vírus se dissemina facilmente por via aérea, em aerossóis e secreções respiratórias. Também se dissemina pelo contato direto com frangos ou galinhas infectadas ou pelas fezes, além da ingestão de ração e água contaminadas ou por meio de propagação mecânica, com o contato com equipamentos avícolas ou roupas de proteção contaminados transportados entre granjas. 

A progressão e gravidade da doença na indústria podem ser influenciadas por um estado de imunossupressão, patógenos coexistentes e vacinas vivas (com o vírus atenuado). Galinhas infectadas, naturalmente ou por meio de vacinas vivas, podem propagar o vírus por até 20 semanas pós-infecção, com um período de incubação de um ou dois dias e um pico de carga viral em descargas nasais entre três e cinco dias depois.

O vírus da bronquite infecciosa provoca vários sintomas ao infectar o trato respiratório superior:

  • Tosse;
  • Espirros;
  • Estertores traqueais;
  • Dispneia.

Além disso, a doença pode se espalhar sistemicamente através de células de macrófagos e monócitos do sangue das aves para órgãos do trato digestivo, como o proventrículo, a cloaca, os intestinos e a bursa de Fabricius, causando complicações no sistema renal, levando a falência renal e mortalidade nos casos mais graves. A infecção do sistema reprodutivo em galinhas pode causar cicatrizes, inflamação e necrose nos ovidutos. 

As galinhas em idade precoce têm pior prognóstico, ocasionando o cessar da postura ou a produção de ovos de baixa qualidade, caracterizados por apresentar cascas finas, deformadas e com perda de pigmentação. A infecção em galinhas também pode levar à deterioração da qualidade dos ovos e à interrupção temporária da produção. Em frangos, a infecção do sistema reprodutor diminui a produção de esperma e a fertilidade, além de facilitar a transmissão do vírus. 

Além desses sintomas, pode ocorrer a predisposição das aves  a outras infecções secundárias provocadas por Mycoplasma gallisepticum, Escherichia coli e/ou Avibacterium paragallinarum.

Diagnóstico, estratégias de controle e tratamentos

As aves não apresentam sinais clínicos, portanto, é necessário realizar análises laboratoriais para detectar e caracterizar a cepa do vírus. 

O diagnóstico clássico empregava testes sorológicos (ELISA, AGP, VN, HI), mas atualmente são utilizados ensaios moleculares (RT-PCR, qRT-PCR, RFLP) que permitem determinar o genótipo da cepa presente, o que ajuda no planejamento e avaliação adequados dos protocolos de vacinação e na avaliação da presença de cepas de campo específicas.

As vacinas vivas geralmente são administradas durante as duas primeiras semanas de vida, por meio da aplicação por spray, água de bebida ou gota ocular, seguida ou não por doses de reforço no campo, de acordo com o tipo e a prevalência do vírus e a vacina utilizada.

Além da implementação de vacinas e doses de reforço, medidas básicas de biosseguridade incluem limitar ou controlar o acesso às granjas, higiene e saneamento geral do material e equipamento, utilizando desinfetantes que devem ser trocados a cada seis meses, com o objetivo de evitar a aquisição de resistência em caso de contaminação residual pelo vírus.

Fonte:

  • Adaptado de Universo da Saúde Animal. Disponível em: https://www.universodasaudeanimal.com.br/avicultura/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-a-bronquite-infecciosa-aviaria/

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