Brasil atualiza o Plano de Vigilância contra Influenza Aviária e Doença de Newcastle

A Divisão de Sanidade das Aves do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) atualizou o Plano de Vigilância contra Influenza Aviária e Doença de Newcastle. O objetivo foi  fortalecer a prevenção e a manutenção do status de país livre dessas enfermidades, bem como garantir a certificação para acesso a novos mercados.

Segundo Bruno Pessamilio, médico-veterinário e auditor fiscal federal agropecuário da Divisão de Sanidade das Aves do MAPA, foram revisados os cinco componentes do sistema de vigilância do Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), que compreendem vigilância passiva em aves domésticas, vigilância passiva de aves silvestres, vigilância ativa em avicultura industrial, vigilância ativa em propriedades de subsistência e vigilância ativa em compartimentos livres de Influenza Aviária e Doença de Newcastle. O objetivo dessa atualização é coletar mais amostras para geração de mais dados estatísticos, embasados cientificamente, para constatar se de fato o Brasil ainda está isento dessas doenças.

A nova revisão objetiva fazer a detecção precoce de casos de Influenza Aviária e Doença de Newcastle nas populações de aves domésticas e silvestres, demonstrar a ausência destes vírus na avicultura industrial brasileira, de acordo com as diretrizes internacionais de vigilância para fins comerciais, além de monitorar a ocorrência de cepas virais da Influenza Aviária para subsidiar estratégias de saúde pública e saúde animal.

Pessamilio ainda esclarece que o papel do PNSA, que é composto por uma série de diretrizes e normativas, é controlar e erradicar as principais doenças de importância para a avicultura e saúde pública, além de viabilizar ações que permitam a certificação sanitária dos produtos brasileiros que, ao atestar sua qualidade, permite que sejam exportados para mais de 150 países.

As ações do PNSA são focadas em estratégias na verificação constante da situação sanitária dos plantéis nacionais, tanto clínica quanto laboratorial. Outra ação desenvolvida é a fiscalização da entrada de produtos avícolas – aves vivas, ovos férteis, carne in natura – em portos e aeroportos brasileiros. O PNSA ainda atua na definição de padrões de biosseguridade para o funcionamento das granjas. Sendo assim, é importante que o produtor adote uma série de critérios de biosseguridade, tanto em questões estruturais – com uso de telas, cercas, vedação do estabelecimento para evitar entrada de insetos e pragas etc – como a adoção de procedimentos de biosseguridade, por exemplo, desinfecção de veículos, controle de entrada de pessoas, desinfecção de equipamentos, entre outros.

Felizmente, a Influenza Aviária nunca foi detectada em território nacional e a Doença de Newcastle teve em 2006 suas últimas ocorrências em aves de subsistência, ou seja, o país é livre desses vírus, indicando que nosso status sanitário é muito bom em relação às principais doenças que causam grandes impactos econômicos.

As doenças endêmicas de Salmoneloses e Micoplasmoses também apresentam baixo índice de notificação no Brasil. Os tipos mais comuns de Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium, responsáveis por metade de todas as infecções humanas, são eventualmente identificadas em alguns lotes. As Micoplasmoses, bactérias que causam infecções do trato respiratório, urogenital e articulatórios das aves e envolvem ações sanitárias restritivas no plantel como sacrifício dos animais também têm sua ocorrência diminuída cada vez com maior frequência.

Mesmo que o Brasil esteja livre da Influenza Aviária, esta doença tem causado o maior número de surtos no mundo, com casos reportados por mais de 10 países somente em 2022. Sendo assim, faz-se necessário manter o estado de atenção, intensificando as barreiras sanitárias e adotando medidas de controle sanitário cada vez mais rígidas nas granjas para a proteção de nossas aves, afirma Pessamilio.

Ainda segundo Pessamilio, o principal desafio sanitário para impedir a entrada de doenças aviárias no Brasil é realizar medidas preventivas por todos os elos do setor produtivo, assumindo uma responsabilidade conjunta em que todos promovem ações para garantir a sanidade avícola brasileira. Pessamilio ainda enfatiza que espera que este ano ou no início de 2023, seja possível atualizar outros atos normativos, com conceitos cada vez mais modernos, levando em consideração novas descobertas científicas, não apenas do ponto de vista técnico, mas no sentido de termos normativas operacionalmente viáveis, tecnicamente corretas e que consigam uma eficiência maior para controlar e erradicar essas doenças.

Fonte: O Presente Rural (Set. 2022)

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