O Brasil está enfrentando recentemente sua primeira crise sanitária envolvendo casos de Influenza Aviária, especificamente em uma granja comercial. O MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) confirmou a detecção do vírus em um matrizeiro de aves comerciais no estado do Rio Grande do Sul, no município de Montenegro. Desde a detecção do vírus, o país passou a lidar com consequências sanitárias e comerciais inéditas, incluindo a suspensão temporária de exportações por parte de mercados como China, União Europeia, Japão, Uruguai e Argentina.
O caso, que foi oficialmente notificado pela OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal), envolveu uma mortalidade abrupta de aves e foi confirmado por diagnóstico laboratorial no LFDA (Laboratório Federal de Defesa Agropecuária) situado na cidade de Campinas/SP. Segundo o relatório enviado à OMSA, mais de sete mil aves morreram com sinais clínicos graves, e outras foram eliminadas sanitariamente, totalizando cerca de 17 mil aves descartadas.
A região de Montenegro passou a ser monitorada em um raio de 10 Km, com barreiras sanitárias e vigilância ativa em propriedades comerciais e de subsistência. Até o momento, mais de 260 propriedades haviam sido inspecionadas, com apenas uma suspeita, em criação de subsistência, permanecendo, portanto, em investigação. Segundo o painel oficial do MAPA, seis focos estão atualmente em investigação, com coleta de amostras em andamento. A estimativa, portanto, é que cerca de 540 propriedades rurais sejam vistoriadas na zona de 10 km, com foco em educação sanitária e vigilância clínica.
Como prevenção, o Estado de Minas Gerais descartou 450 toneladas de ovos férteis provenientes da granja foco. Em Santa Catarina, a CIDASC (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) emitiu restrições para o trânsito interestadual de aves vivas e ovos férteis vindos de 13 municípios gaúchos, exigindo desinfecção obrigatória nos postos de fiscalização.
Desta forma, as medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas.
Como parte das ações de contenção, o governo do Rio Grande do Sul montou sete barreiras sanitárias em Montenegro, sendo cinco delas já operacionais. Os pontos de controle funcionam 24 horas, com foco em veículos de transporte de aves e outros produtos, além da desinfecção de carros de passeio no raio mais próximo ao foco.
Além do caso comercial, o MAPA confirmou um segundo foco da doença, agora fora do sistema produtivo: 38 cisnes e patos morreram infectados pelo H5N1 no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, a cerca de 50 km de Montenegro. O local foi imediatamente interditado por tempo indeterminado.
A Portaria publicada pelo MAPA nº 795, de 15 de maio de 2025, declara estado de emergência zoossanitária no município de Montenegro, no estado do Rio Grande do Sul, por 60 dias, em função da detecção da infecção pelo vírus da Influenza Aviária de alta patogenicidade em estabelecimento de aves comerciais.
Fonte: Adaptado Avinews, 2025. Disponível em: https://avinews.com/pt-br/como-o-brasil-esta-enfrentando-sua-primeira-crise-sanitaria-envolvendo-influenza-aviaria-em-granja-comercial/
Adaptado Agrimidia, 2025. Disponível em: https://www.agrimidia.com.br/avicultura-industrial/brasil-confirma-primeiro-caso-de-influenza-aviaria-em-granja-comercial/
Portaria MAPA nº 795, 15/05/202, 2025. https://www.crmv-mt.org.br/wp-content/uploads/2025/05/PORTARIA-MAPA-No-795-DE-15-DE-MAIO-DE-2025-PORTARIA-MAPA-No-795-DE-15-DE-MAIO-DE-2025-DOU-Imprensa-Nacional.pdf