Nova pesquisa relata a preocupação da sociedade com o bem-estar de galinhas poedeiras

A constante preocupação com o bem-estar animal tem proporcionado discussões positivas em prol de melhorias na qualidade de vida dos animais, em especial das galinhas poedeiras. Pesquisas voltadas neste sentido têm levado a sociedade a repensar os sistemas de criação ao qual estas aves são submetidas.

A Mercy For Animals (MFA), uma organização sem fins lucrativos que atua em prol dos animais, divulgou dados de uma pesquisa na qual considerou inaceitável por 81% dos brasileiros, a criação de galinhas poedeiras em gaiolas. A pesquisa nacional foi realizada em março pela Ipsos, uma empresa multinacional especializada em pesquisa situada em Paris, que teve os resultados antecipados e divulgados pela Reuters. Ainda, mais de 80% dos entrevistados consideram que as empresas alimentícias deveriam apoiar os produtores na transição para sistemas sem gaiolas.

A pesquisa foi divulgada no momento em que o Brasil aumentou suas exportações de ovos para os Estados Unidos, país este que está lidando com um aumento nos preços locais deste produto após os surtos de influenza aviária.

A pesquisa ainda indicou que, embora cerca de 180 empresas no Brasil tenham compromissos públicos voltados para a produção de ovos de galinhas livres de gaiola, muitas delas (95%) ainda produzem ovos provenientes de sistemas de criação de aves em gaiolas.

Segundo Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da MFA, o movimento contra o uso de gaiolas não é apenas realizado no Brasil, confirmando uma importante preocupação dos consumidores em todo o mundo. Ela relata ainda que, das empresas que assumiram compromissos contra o uso de gaiolas, cerca de 120 têm prazo para implementá-las ainda em 2025. E completa que o confinamento de galinhas nas chamadas “gaiolas em bateria” já foi banido em diversos países como em toda a União Europeia.

Os dados da pesquisa indicaram que 79% dos entrevistados deixariam de consumir marcas que utilizam ingredientes associados ao sofrimento animal, enquanto 83% dos brasileiros se preocupam com o bem-estar animal e 81% com a sustentabilidade dos alimentos que consomem. Entre os entrevistados, 80% preferem consumir produtos de empresas que adotam práticas responsáveis e que comunicam suas iniciativas de forma transparente ao consumidor.

Ainda, 81% dos consumidores deveriam estar cientes do possível sistema de criação utilizado, e 74% consideraram que restaurantes e supermercados deveriam parar de oferecer mercadorias de tais sistemas, mesmo que isso implique em aumento nos preços. Um total de 67% dos entrevistados afirmam estar dispostos a pagar a mais por ovos de galinhas livres de gaiolas. Garbini completa que  o objetivo é fazer com que empresas parem de ofertar ovos advindos de sistemas de galinhas confinadas em gaiolas; enquanto no setor varejo, é importante banir essa venda de ovos.

Para o veterinário Walter Sanchez-Suarez, que atua na MFA, a produtividade de ovos em granjas livres de gaiolas é equivalente, desde que os sistemas estejam bem estruturados.  E completa que é viável produzir ovos livres de gaiolas para a população brasileira, admitindo que os custos podem subir no início, mas com o tempo ocorreria uma acomodação à medida que houver uma transição no sistema.

A Iniciativa MIRA Poedeiras também apoia os sistemas de galinhas poedeiras livres de gaiolas. Estamos à disposição para alavancar conversas colaborativas sobre este tema. Contem conosco. Para mais informações, acesse mira.org.br.

Fonte: Adaptado da Forbes, 2025. Disponível em: https://forbes.com.br/forbesagro/2025/05/galinhas-em-gaiolas-sao-inaceitaveis-para-81-dos-consumidores-no-brasil-aponta-pesquisa/

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